
"São ladrões, saqueadores, gente que se aproveita da situação", disse um haitiano. "A prisão foi destruída pelo terremoto. A polícia não está prendendo os bandidos. Está executando." Pelo menos um caso de linchamento foi registrado por fotógrafos em Petionville, distrito da capital. Um suposto saqueador foi espancado até a morte e teve o corpo arrastado, nu, pelas ruas.
Na noite de sábado, o carro do Estado passou por um veículo da polícia parado na rua. Depois de se distanciar algumas centenas de metros, os repórteres ouviram um disparo. A rua estava inteiramente deserta. "Tem havido execuções, mas não é a polícia", garantiu o policial Jimmy Pierre. "São bandidos, ex-presidiários, que estão matando e botando a culpa na polícia."
O prédio da Direção Departamental do Oeste (que tem jurisdição sobre a capital), em frente ao palácio presidencial destruído pelo terremoto, foi severamente atingido, e desocupado. Policiais informaram que o comando foi transferido para o quartel-general do Corpo de Bombeiros. Mas suas salas também estavam vazias. De pé ao lado de uma viatura em frente ao QG dos bombeiros, Pierre disse que os policiais estão prendendo os criminosos em instalações alternativas, e apontou para janelas do prédio: "Lá mesmo existem presos." Não soube dizer quantos.
No fim da tarde de sábado, dezenas de pessoas disputavam alimentos e produtos de higiene arrancados dos escombros de lojas na Grande Rue, uma das principais ruas comerciais de Porto Príncipe. A multidão ocupava toda a avenida. Dois jipes com militares da missão de paz da ONU despontaram ao longe. A multidão começou a correr. Os militares passaram dando tiros para o alto.
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