
"Minha casa acabou de cair hoje", disse a costureira Benite Milfort, uma das abrigadas em cerca de 20 tendas circundadas por casas destruídas sobre um morro no bairro de Cubidon, na periferia de Petit-Goâve. Ela morava na casa com quatro primos e sobrinhos, e perdeu tudo o que tinha. "Não consegui nem retirar minhas roupas", disse Benite. "Não recebemos nenhuma ajuda. Ninguém veio aqui, nem jornalistas."
A queixa foi repetida pelas outras famílias de desabrigados, em geral formadas por lavradores e vendedores ambulantes. Eles disseram que estão se alimentando de bananas e mangas, embora as fazendas produzam também arroz e milho. À pergunta sobre se tinha esperança de receber ajuda, Senise Jean-Baptiste, que vende na beira da estrada uma espécie de pastel chamado fritaille, respondeu: "Não temos escolha a não ser esperar."
A 30 km dali, na cidadezinha de Cassegna, cerca de 80 fuzileiros navais americanos cercaram um terreno, onde um helicóptero pousou com garrafas de água e caixas com arroz pronto para comer, e distribuíram para centenas de pessoas. Os americanos estão intensificando essas ações relâmpago. Na véspera, eles pousaram com ajuda e equipamentos no gramado do palácio presidencial, destruído pelo terremoto, no centro de Porto Príncipe. Mas ontem não estavam lá. "Eles só pousam e vão embora, quando precisam", explicou um policial do lado de dentro das grades.
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