O superávit da balança comercial brasileira, dado pela diferença entre exportações e importações, fechou 2008 em US$ 24,7 bilhões, voltando ao nível do início do governo Lula. Foi o pior saldo em seis anos e 38,2% menor do que o de 2007. O resultado só não foi pior porque em dezembro as importações caíram mais do que as exportações, como reflexo da alta do dólar, que torna os produtos estrangeiros muito mais caros.O gráfico de evolução das exportações e importações mostra uma guinada radical nos dois últimos meses do ano, com o agravamento da crise econômica internacional e o encolhimento do comércio internacional. As exportações brasileiras, que entre janeiro e outubro haviam crescido 28% na comparação com o mesmo período de 2007, em novembro e dezembro ficaram praticamente iguais ao último bimestre de 2007, com pequena diferença de 1%. Já as importações tiveram sua taxa de crescimento reduzida de 51,6% para 9% depois do pior momento da crise.
No acumulado do ano, as exportações brasileiras totalizaram US$ 197,9 bilhões, cerca de US$ 4,1 bilhões abaixo da meta estipulada pelo governo. O valor das vendas ao exterior é 23,2% superior ao registrado em 2007, o que deve garantir ao Brasil uma fatia ligeiramenTe maior no total exportado pelo mundo, que teria crescido, pelas estimativas preliminares do Fundo Monetário Internacional (FMI), 22,6% no ano que recém terminou.
"Tivemos uma retração bastante visível nas exportações e importações, mas o Brasil perdeu menos mercado do que o resto do mundo", disse o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral.
Apesar de não possuir números de final de ano de outros países, Barral apresentou um quadro comparativo segundo o qual o Brasil teria sofrido menos efeitos negativos da crise do que outros países em desenvolvimento. Em novembro, por exemplo, enquanto as exportações brasileiras ainda registravam alta de 5% em relação ao mesmo mês de 2007, a China teve suas vendas ao Exterior reduzidas em 2,2%, e o Chile (altamente dependente das exportações de cobre), em 19,8%.
De acordo com o secretário de Comércio Exterior, a estratégia de diversificação de destinos das exportações tornou o Brasil menos dependente do mercado americano e, com isso, reduziu o impacto da crise sobre nós.
Em 2008, as exportações brasileiras cresceram 21% para a América Latina, 47,5% para a Ásia e apenas 7,9% para os Estados Unidos e 13,4% para a Europa. Já no caso das importações, cresceram mais as compras do Oriente Médio (92,1%, pelo encarecimento do preço do petróleo) e da Europa Oriental (90,7%, pelo encarecimento dos fertilizantes).
De acordo com Barral, o País também teria avançado na diversificação da sua pauta de exportações, mas a dependência de produtos primários ainda é grande e submete o Brasil às oscilações no preço das commodities, que caíram com a crise.
SEM ESTIMATIVAS
O governo decidiu, pela primeira vez nos últimos anos, não estabelecer uma meta nem divulgar estimativas para as exportações em 2009. As incertezas sobre o preço das commodities levaram o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior a prever apenas a manutenção do volume exportado no mesmo patamar de 2007 e 2008. "Eu não apostaria'', disse o secretário Welber Barral, ao ser questionado sobre suas projeções de valor exportado em 2009.
NÚMEROS
23,2%
foi quanto subiram as vendas do País ao exterior em 2008 ante o
ano anterior
51,2%
era a taxa de crescimento das importações em 2008 antes da crise global
9%
foi para quanto caiu a taxa de crescimento das importações do País nos últimos dois meses de 2008
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