Carro Etc (O Globo - 12/08/2009)RIO - O primeiro contato assusta. Remando contra as correntes automobilísticas atuais, o Kia Mohave é enorme - um mastodonte na garagem. Chave no bolso, basta apertar o botão de partida para o motorzão V6 a gasolina, de 275cv, despertar murmurando baixinho. Na cidade, dirigir um utilitário tão grande desperta instintos protetores em relação aos carros e motos que nos cercam. Todo cuidado é pouco com os pequeninos. Antes de comprar um Mohave, com seus 4,88m de comprimento e 1,91m de largura, tenha certeza de que ele cabe em sua garagem.No nosso caso, tudo bem: apertamos uma tecla no descanso da porta e os retrovisores externos foram rebatidos, permitindo passar no portão estreito (sobrou um dedo de cada lado).
A partir daí, nossa convivência se azeitou. Descobrimos que, apesar do tamanho, é fácil domar o monstro sul-coreano. O diâmetro de giro é relativamente pequeno e a direção, levíssima. Mas o principal é que o modelo traz de série dois sistemas a prova de barbeiragem: o tradicional sensor de distância do pára-choque traseiro (sinal sonoro) e uma câmera na tampa do porta-malas, que envia imagens para o retrovisor sempre que se engrena a ré. Para fazer bobagem, é preciso ser muito ruim de roda.
Criado para o mercado estadunidense (onde leva o nome de Kia Borrego), este utilitário foi lançado no pior momento possível. Era 2008 e a crise econômica arrasava as vendas de automóveis - em especial, dos utilitários esportivos sorvedores de combustível, que viraram sinônimo de tudo ruim que está por aí.
Ao Brasil, o modelo chega em três versões. A mais em conta, digamos assim, é a V6 a gasolina aqui apresentada, que custa R$ 154.900. A intermediária tem motor de seis cilindros a diesel e sai por R$ 179.900. Por fim, o exagero dos exageros: o Mohave V8 a gasolina, de R$ 184.900.
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