O primeiro dia útil após a divulgação dos detalhes do pacote americano para salvar o sistema financeiro foi marcado pelo ceticismo. As bolsas de valores tiveram perdas expressivas por causa da avaliação de que o plano será insuficiente para evitar que os Estados Unidos entrem em recessão. O G-7, grupo que reúne Japão, França, Canadá, Reino Unido, Itália e Alemanha, expressou solidariedade ao governo Bush, mas descartou medidas semelhantes em seus sistemas.
O Congresso começou a discutir as medidas, mas parece andar em ritmo mais lento do que gostariam o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e investidores. "É segunda-feira e as pessoas estão acordando depois de uma ressaca gigantesca, tentando entender o que vem a seguir", disse John Schloegel, vice-presidente da Capital Cities Asset Management. "Há dor à frente para a economia e o consumidor."
O G-7 não avalizou a proposta de Paulson para que o modelo de resgate americano seja adotado por outros países. "Nos comprometemos a reforçar a cooperação internacional e responder aos atuais desafios na economia e nos mercados globais e a manter uma cooperação estreita e elevada entre os ministérios de finanças, bancos centrais e reguladores", disse o grupo, em comunicado.
Autoridades locais foram mais diretas. "Neste momento, não creio que o Japão tenha de lançar um programa similar ao dos Estados Unidos", afirmou o vice-ministro de Finanças japonês, Kazuyuki Sugimoto. O porta-voz do governo alemão, Ulrich Wilhelm, fez coro. "O governo pensa que medidas como as adotadas nos EUA não são necessárias."
A ministra da Economia da França, Christine Lagarde, observou que "não há preocupação sobre a solidez dos bancos franceses". O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, também se mostrou contrário à idéia. "Houve uma situação nos EUA na qual, infelizmente, os lucros obtidos nos mercados foram para interesses privados, mas os prejuízos se tornaram perdas do governo", afirmou. "Não há esse problema no Canadá. Temos sistemas muito mais fortes."
MERCADOS
Uma das reações imediatas ao plano dos EUA se deu no mercado de petróleo. Os contratos futuros tiveram a maior alta em um único dia na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex). O barril para entrega em outubro encerrou o dia em alta de 15,66% (equivalente a US$ 16,37), cotado a US$ 120,92. Esse tipo de contrato começou a ser vendido na Nymex em 1983.
A disparada do óleo derrubou os mercados acionários. Nos EUA, o Índice Dow Jones caiu 3,27% e a bolsa eletrônica Nasdaq, 4,17%. Na Europa, o CAC-40, de Paris, recuou 2,34% e o FTSE, de Londres, 1,41%. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo desvalorizou 2,86%.
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